Páginas

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Duas dicas para salvar a sua vida!

Essa semana, durante meus estudos, eu assisti uma mulher brasileira que mora na Austrália falar um pouco sobre a história de vida dela, sua caminhada até o momento pleno que vive hoje.

Tínhamos várias coisas em comum.

Ela disse dias coisas que me balançaram, porque esse é o momento que eu estou vivendo agora. Buscando novos rumos, vivendo cada dia de uma vez. Estar presente no tempo presente. Só a ponta do dedo lá no futuro.

Essa brasileira me disse duas coisas:

- não perca tempo! a vida é hoje, é agora! não adie seus sonhos, comece a realizá-los. não viva uma vida pela metade, uma vida menor do que aquela que você merece. comece agora o futuro que você deseja.

- pare de assistir televisão! a televisão de massa não vai te fazer realizar seus sonhos. invista em conhecimento de qualidade. desligue a televisão! muitas vezes ela vai te fazer acreditar que você tem uma vida melhor que a dos outros, outras vezes ela vai te fazer acreditar que você tem uma vida pior do que a dos outros, mas a questão é: você está tendo a vida que quer?

Eu estou mergulhada no empreendedorismo e empreendedorismo associado com missão de vida é revolucionário!

Eu já achei o meu porquê, aquilo que me move. E você?


Eu sei que o começo da mudança pode ser difícil. Eu já vivi e estou vivendo isso. Por isso eu também conheço a importância de estar unida com outras pessoas da minha tribo. Mesmo que essa ribo fique a quilômetros de distância.

A internet tem essa magia: se você souber como usar, ela pode ser um agente unificador!

O tempo passa tão rápido!

O bebê que deu origem a esse blog acaba de completar cinco anos! E quantas mudanças nesse espaço de tempo!

Não espere!

E...desligue a televisão!

Tá?

:)



sábado, 26 de abril de 2014

Onde houver poluição, que eu enxergue nuvens de algodão

O Lírio do Pântano

Ela olhou pela janela do carro e sorriu para mim, enquanto falava empolgada:

- Mamãe, olha ali! Olha! São aquelas máquinas que fazem as nuvens! Descobri!

Eu olhei, mas vi outra coisa. Fechei os olhos. Abri novamente. E nos segundos seguintes eu pude ver onde nascem as nuvens.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

O médico e a síndrome do dentista mergulhador

Vocês já assistiram ao desenho Procurando Nemo?

Eu já assisti algumas vezes. A primeira vem em que o vi ainda nem sonhava em ser mãe. Meu marido havia viajado por alguns dias e eu passei na locadora para ver todos os filmes que eu gostaria de assistir, mas que ele não tinha vontade de ver comigo. Desenhos animados eram alguns deles.

Cabe ressaltar que hoje, pelos filhos, ele assiste a vários desenhos animados. Re-pe-ti-da-men-te! Não posso deixar de sentir uma certa satisfação sarcástica com isso. :)

Mas voltando ao Procurando Nemo...

Semana passada minha filha pediu para vermos esse desenho novamente e uma cena me chamou a atenção: a cena em que o dentista mergulhador retira o Nemo das redondezas do coral e o leva num saco plástico para seu aquário particular.

Ao falar sobre o peixinho a um paciente ele explica algo como isso: o pobrezinho estava morrendo no coral e eu o salvei.



No mesmo instante eu me lembrei dos médicos com quem tive a oportunidade de conversar sobre o nascimento do Pedro - o atual pediatra dele é um deles - e alguns médicos que se manifestam em entrevistas sobre parto natural, principalmente o domiciliar.

Em todas as oportunidades eu ouvi diversas falas sobre os muitos problemas relacionados com o parto normal, desde risco de morte até traumatismos e problemas psicomotores. O médico e a medicina estão ali para salvar aquela mulher e aquele bebê desses males.

Eu, como uma pessoa apaixonada pelo assunto e estudiosa do parto desde o nascimento da minha primogênita, entendo perfeitamente essa postura médica, principalmente em obstetras e pediatras. Durante sua formação médica eles passam anos da vida aprendendo sobre as anomalias, sobre tudo o que pode dar errado -  e dá algumas vezes - durante o evento parto.

Em todas as vezes, a fala que mais me chama a atenção é o medo que eles sentem de não poder controlar o parto. O parto é um evento imprevisível, ainda que possa gozar de alguma previsibilidade. O parto é algo que acontece no corpo da mulher, interno, silêncio, penumbra.

Então, diante de toda essa incerteza, ainda que se saiba através das evidências científicas que cerca de 85% das mulheres são gestantes de baixo risco e teriam seus filhos saudavelmente sem intervenções, o médico não consegue simplesmente observar, acolher, assistir. Ele tem que agir. E na sua ação, tal qual o dentista mergulhador do desenho do Nemo, acaba piorando uma situação que estava sob controle e que terminaria bem, sem a necessidade de intervenções.



Caso o dentista mergulhador fosse um bom observador e tivesse a paciência de contemplar algo que ele desconhecia -  a vida marinha no coral - muito provavelmente ele teria visto o pequeno Nemo, após sua crise de afirmação de independência, retornar para perto do pai, no coral. São e salvo. O pai lhe daria uma bronca por ter se afastando e fim da história.

O que vimos no desenho, porém, foi a ação do dentista. Uma intervenção no curso natural dos acontecimentos, uma péssima observação sobre o que estava a sua frente. Ele não fez por mal, acreditava com todas as suas forças que estava salvando aquele peixinho da morte!

O dentista, tal qual  médico intervencionista, acredita que está agindo em prol do bem estar. Mas, na maioria das vezes, está salvando alguém que não precisa ser salvo. Os médicos acreditam piamente que salvam as mulheres e seus bebês quando agem de forma intervencionista, sem a menor necessidade.

No caso do pequeno Nemo, a intervenção do dentista deu origem a uma jornada perigosa de seu pai para encontrá-lo. Felizmente, tudo acabou bem.

No caso das mulheres que sofrem intervenções desnecessárias, a jornada é igualmente perigosa e pode terminar com a morte da mãe, do bebê, ou de ambos. Felizmente, em muitos casos, tudo termina bem.

Mas e quando não termina?

O obstetra humanizado Ricardo Jones, em seu livro Memórias de um Homem de Vidro, narra uma cena de parto que acontece no Centro Obstétrico e que, segundo ele, é um divisor de águas na sua atuação médica de assistência ao parto.

No fim, quando ele se encontra sozinho na sala onde uma mulher pariu sem perceber sua presença, como se ele fosse feito de vidro, uma enfermeira lhe pergunta: Já pensou o que aconteceria se o senhor não estivesse por perto?

E ele responde para si mesmo que provavelmente aquela mulher teria seu filho com maior tranquilidade.

Nesses dias em que todas as pessoas intimamente ligadas à causa da humanização dos nascimentos no Brasil estiveram mobilizadas devido à intervenção da justiça durante o trabalho de parto de Adelir, na cidade de Torres-RS, esse capítulo do livro do Dr. Ric Jones não me saía da cabeça.

E se não tivesse acontecido essa intervenção judicial?

Muito provavelmente Adelir teria parido com mais tranquilidade. Talvez a cesariana estivesse mesmo em seu caminho, já que a maioria dos obstetras hoje não sabe assistir um parto, apenas realizar cirurgias.

Mas assim como a intervenção do dentista mergulhador deu origem a uma jornada de auto conhecimento, de superação de medos e de fortalecimento de vínculo, quem sabe as intervenções desnecessárias pelas quais passam diversas mulheres durante o trabalho de parto Brasil afora, com Adelir representando o ápice da violência obstétrica no Brasil, não saiamos todas mais fortalecidas em nosso vínculo com nosso corpo, que inclui a escolha da via de parto.

Eu vivi a minha jornada em busca de um parto digno, respeitoso, seguro, íntimo. Tive duas oportunidades de parir nessa vida. Trilhei meu caminho e durante esse percurso tive muita ajuda. Felizmente me cerquei de pessoas que pensavam como eu, afastei aquelas que não entendiam minhas escolhas. Para minha sorte, a vida me levou para longe de Torres-RS, minha cidade da infância. Mas eu poderia ter sido Adelir.

Como você deseja parir quando for a sua vez?

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Percebendo o parto como marco de transformação


Eu sei que falar de parto é um assunto delicado. Eu, no começo da minha vida na blogosfera, li muitos artigos sobre parto. Alguns considerei bem agressivos (hoje já não penso mais assim), mas a verdade é que todos eles foram importantes na desconstrução da imagem que eu tinha sobre gestar e parir no Brasil, gestar e parir no nosso sistema obstétrico.

O que eu não sabia naquela época era que o processo de busca pelo direito de parir com respeito e dignidade também seria um processo de auto conhecimento. Mais ainda: seria um processo de quebra de paradigmas, de desconstrução de teorias apreendidas pela minha vida afora.

Se você, como eu, está na casa dos trinta anos, há uma grande possibilidade do seu nascimento ter sido por via vaginal, dentro de um ambiente hospitalar e repleto de intervenções.

Se você tem menos de trinta anos, então é muito provável que você tenha chegado ao lado de cá da vida através de uma cirurgia de extração fetal: a cesariana. Hoje, mais da metade dos nascimentos brasileiros são feitos através de uma cirurgia. Planos de saúde potencializam esse número para quase a totalidade dos nascimentos.

Neste ponto do texto vamos esquecer um pouco as vantagens e desvantagens, os prós e contras. Não é disso que quero falar hoje.

Hoje eu quero te propor uma conversa sobre como o parto, esse evento fisiológico e da sexualidade feminina, pode ser um marco de transformação na sua vida, um agente potencializador da sua humanidade, da sua evolução como ser humano e, também, da sua própria visão do feminino, da sua feminilidade.


Eu sou uma mulher comum. Nasci de um parto vaginal hospitalar cheio de intervenções. Venho de uma família de mulheres que, em teoria, não conseguem ou não podem parir. Ou ganham seus filhos com muito sofrimento.

Em determinado momento eu quis romper com esse estigma. A partir dessa decisão, minha maneira de enxergar o mundo nunca mais foi a mesma. Então, a partir desse ponto, eu só posso te dizer uma coisa: se você está satisfeita com a maneira como você vê o mundo, se você acha que tudo está onde deveria estar, ou se você acha que você, uma mulher, uma simples mulher, não pode fazer nada para mudar a sua vida, abandone esta reflexão agora. Paramos aqui e seguimos juntas em outras esferas.

Mas se você seguir, tenho certeza que você será capaz de enxergar o parto, não como um flagelo feminino, um flagelo impingido por ninguém menos que Deus, veja bem; tenho certeza que você enxergará o parto para além do evento fisiológico que ele é. Um véu cairá e você entenderá alguns dos motivos pelos quais o parto é um agente potencializador da vida, para além da possibilidade de trazer um filho à luz!

Todos nós queremos buscar o melhor para nós, certo? E para além de nós mesmos, queremos sempre o melhor para aqueles que amamos. Para conseguirmos esse melhor fomos dotados da capacidade de raciocínio e, porque não, do instinto.

Então quando eu estava gestando minha primeira filha, meu instinto me dizia que parir por via vaginal era o melhor. O raciocínio fez com que eu fosse em busca de informações. Achei muitas na internet. Tive convicção de que faria todo o meu possível para ter um parto normal, caso não houvesse riscos.

E como eu estava dentro da estatística que preconiza que cerca de 85% das mulheres são gestantes de baixo risco, eu tive um parto normal hospitalar, com todas as intervenções de praxe, inclusive uma episiotomia indesejada, um parto talvez melhor do que o da minha mãe, porque tive analgesia sem complicações.

E depois do parto, uma constatação: parir assim é uma guerra. Uma inquietação surgiu, mas eu ainda não havia retirado totalmente o véu.

Assim como no parto, minha maternidade nos primeiros meses após o nascimento da minha filha foi cerceado por informações desencontradas, teorias sem fundamento e foco no desapego, na independência daquele bebê que nasceu para ser apegado, acalentado, cuidado e protegido.

Aquela inquietação inicial se transformou em desejo de fazer diferente. E numa segunda oportunidade eu não me deixei enganar ou esmorecer. Eu busquei o melhor para mim e para o meu bebê.

Após o parto, impossível não me embriagar no coquetel do amor, que nos inunda as veias e nos faz sentir capazes de transformar o mundo. O amor e sua química são mesmo agentes de mudança poderosos! Eu me senti uma guerreira, eu havia lutado e vencido, eu havia vivido o melhor e nada menos que isso me contentaria depois.

Por desejar o melhor eu fiz escolhas diferenciadas, não nego. Escolhas apoiadas. Sem apoio, nada se consegue.

Após o parto eu nunca mais me conformaria com o senso comum, com a vida seguindo seu curso sem que eu percebesse os dias passando, com os dias e noites surgindo e sumindo sem que eu estivesse realizando um propósito. O tempo fluindo, sem que eu estivesse plenamente consciente da sua importância.

Com o processo de escolha do parto humanizado e domiciliar, veio também o pacote bônus: amamentação em livre demanda, prolongada, visando ao desmame natural; criação com apego e o desejo forte de educar sem castigos, sem gritos (ainda falho aqui, como vocês sabem) e educar com foco na legitimidade infantil, legitimidade de seus anseios, necessidades, desejos, incapacidades.

E para além dos filhos, o processo de parir também me empoderou de maneira tal que eu passei a ser importante em todo o processo. Eu passei a legitimar minhas vontades, minhas não vontades. Passei a ser agente da minha transformação, passei a viver com consciência de mim mesma.

E é sempre importante lembrar: não quero dizer como você deve viver a sua vida. Eu não tolero que façam isso comigo. Eu quero que você saiba que, se algo te incomoda, se você sente que algo está fora do lugar na sua vida, é porque está. E você sempre pode mudar isso.

E, também é sempre bom dizer: eu não quero que você faça as minhas escolhas. Eu quero que você faça as suas escolhas! E eu e você estaremos trilhando o nosso caminho, seguindo a nossa jornada, vivendo a nossa verdade. E não a verdade que nos dizem para viver.



segunda-feira, 31 de março de 2014

Ser só mãe: existe isso?

Um dos textos mais lidos aqui do blog é o "Escolinha X Babá", escrito no ano de 2011. Nele eu contava um pouco das minhas experiências com uma creche, onde minha filha ficou dos 6 aos 15 meses, e com uma babá, dos 18 meses até nossa saída de SVP-RS, quando ela já estava com quase 4 anos.

A quantidade de pessoas que chega a esse texto através da busca pelo termo "escola X babá", "creche X babá" demonstra a realidade de boa parcela das mulheres brasileiras: o retorno ao trabalho após o término da licença maternidade.



Eu vivi essa realidade por duas vezes e ainda me lembro como doíam os momentos de separação dos meus bebês. Eu ainda me lembro daquele sentimento de inconformidade com a necessidade de ter que me separar dos meus filhos para trabalhar.

Eu venho de uma família de mulheres que trabalham. Eu nunca fui educada para casar e ter filhos, mas sim para estudar, trabalhar, ser independente. Casamento e filhos era algo desejado, mas nunca foram um objetivo. Aconteceria, se fosse para ser assim.

Já estudo e trabalho não. Eram um objetivo. Terminar a escola, entrar para a universidade, formar-se, trabalhar. Não depender do marido. Nunca depender.

E então chega a maternidade. A fusão que acontece com o bebê que acaba de chegar é algo que nos tira o pé do chão. Nos arranca de nós mesmas. Muitas dizem até que perdem sua identidade.

Para mim também aconteceu essa perda de identidade. O meu objetivo era garantir que aquele pequeno ser teria tudo o que precisasse, quando precisasse. Garantir o bem estar da minha filha (e depois do meu filho) era tudo que o meu ser conseguia fazer.

Mas...existe um final para a licença maternidade, muitas nem mesmo possuem esse período. E muitas de nós mulheres abandonamos nossos empregos nesse momento. Outras tantas o abandonam já na gestação. Outras, como eu, não querem deixar seu trabalho, mas também não querem deixar seus filhos - surge aí um dilema que acompanha boa parte das mães que trabalham fora de casa. E algumas estão onde desejam estar. Sentem-se ajustadas.

O mundo surge com a solução para as mães que, como eu, não querem deixar seus filhos, mas querem voltar ao trabalho: terceirizar. Seja numa creche, seja com uma babá, a ordem que recebemos é deixar nossos filhos com terceiros. A regra é clara: se você quer trabalhar, terceirize. Se não quer terceirizar, abandone seu trabalho. Afinal, o que mais pode ser feito, não é mesmo? Você não tem o direito de trabalhar E maternar nos dias de hoje.

Se antigamente não se ouvia falar em creches e as poucas que existiam eram muito mal vistas, atualmente as creches ou escolinhas são altamente recomendáveis como solução para nossa ausência. Das mais amplas e modernas às mais alternativas, ou que tentam imitar o ambiente familiar, passando por pedagogias e filosofias diferentes, o que todas querem é que deixemos nossos filhos ali e saiamos tranquilas para ganhar o mundo cão que nos aguarda. Afinal, precisamos pagar nossas contas, precisamos garantir, mais uma vez, que nossos filhos terão tudo que quiserem, tudo que precisarem. Precisamos garantir nossa independência. Será mesmo?

E se você vai deixar seu filho num ambiente hostil com pessoas estranhas, para que eles passem de 8 a 12 horas por dia longe do ambiente familiar e dos pais, lembre-se: sinta-se segura! Afinal, se o seu filho sofre na escola, não é porque é totalmente antinatural ele estar longe da família e do ambiente familiar, é porque a sua insegurança de mãe passa para ele! Mas não se preocupe! Ele chora só enquanto você está lá, depois que você sai ele chora mais uns cinco minutos e para! Fique tranquila!

Quem sabe você tenha escolhido deixar seu filho com uma babá. Eu já deixei. A maior parte do tempo, foi uma ótima experiência, muito melhor que a creche. Mas ainda assim há contras. Se a babá possibilita um cuidado mais afetuoso, presencial, constante e no ambiente familiar, ela também pode ser um problema, simplesmente porque não é o pai ou a mãe. A relação que se estabelece com uma babá e uma criança geralmente não visa ao crescimento e ao aprendizado dessa criança, mas sim, apenas ao carinho e à aceitação. Pode ser uma boa ideia nos primeiros meses, ou nos primeiros 2 anos. Mas e depois?

 E sempre haverá o risco de não dar certo. A última babá que eu tive chegou e foi embora em 30 dias. A partir dali eu jurei que nunca mais iria deixar para terceiros aquilo que me era mais precioso. Nem que fosse necessário recomeçar, ou revolucionar meu micro mundo.

Mas, antes disso, cansada dessa discussão e dessa falsa competição que o mundo jura que existe entre mulheres que trabalham em casa e mulheres que trabalham fora de casa (eu sei, essa rixa pode ser bem real muitas vezes, mas não caia nessa armadilha de ver outra mulher como sua concorrente, como sua rival), eu escrevi outro texto, ressaltando que nós mulheres não deveríamos ter que escolher entre nossos sustento e nossa maternidade. Que deveríamos poder exercer com qualidade as duas coisas, as duas facetas de nossa existência. Afinal, ninguém quer uma vida pela metade - ou nem isso - todos nós desejamos uma vida integral. Ninguém é só (e esse só, notem que sempre vem de forma pejorativa) mãe. Ninguém é só profissional. Ou esposa. Ou só qualquer coisa. Somos seres multifacetados. E devemos querer viver bem todas as nossas facetas. Não deveríamos nos contentar em viver menos. Afinal nossa vida deve valer alguma coisa para além do nosso cartão de crédito e do nosso financiamento da casa própria. Sim ou não?



E hoje eu estou numa fase nova. Estou numa fase que muitos creem ser a de só mãe. Só que eu nunca serei só mãe, apenas mãe. Serei mãe. Sempre, desde 2009. Mas eu quero ser outras tantas coisas. Não me contento em ser menos. Quero ser tudo que eu tenho o direito de ser.

Olhe para seus filhos e filhas: vocês não acham que eles podem ser tudo o que quiserem ser?

Eu estou trilhando. E, como tenho aprendido em minhas aulas sobre empreendedorismo -  área que sempre amei, desde a época em que trabalhei numa empresa júnior de nutrição - o sucesso não é o final da jornada. O sucesso é a jornada! O caminho, a trilha, o prosseguir. Por isso, ninguém será pleno sendo só isso ou só aquilo. Não há caminho percorrido, mas sim caminho a percorrer e aquele que já ficou para trás.

Escola, babá, creche, família. Onde deixar nossos filhos? Não há resposta certa aqui, há aquela resposta que vai te satisfazer por muito ou pouco tempo. Não se iluda: os filhos precisam dos pais. Tenha isso em mente ao fazer escolhas. Nenhum caminho "está escrito". Somos todos protagonistas de nossas vidas.

E, no lugar de pensar que existe apenas uma solução, pense que somos nós quem exigimos ou não soluções para nossos dilemas. Se não o fizermos, a vida seguirá, e trilharemos caminhos que não são nossos.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...